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Recuperação judicial: quando e como solicitar esse processo

08/04/2025
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Empresas enfrentam desafios constantes no mercado, e em momentos de crise financeira, a sobrevivência pode se tornar um verdadeiro teste de resiliência e estratégia.
Uma ferramenta legal importante para ajudar empresas nessa situação é a recuperação judicial.

Mas, o que exatamente é esse processo, quando deve ser solicitado e como ele funciona na prática? Vamos explicar tudo nesse post. Continue lendo.

O que é recuperação judicial?

A recuperação judicial é um mecanismo legal previsto na Lei nº 11.101/2005 (Lei de Falências e Recuperações).

Ela oferece às empresas em crise financeira a oportunidade de reestruturar suas dívidas, reorganizar suas operações e evitar a falência.

Em outras palavras, é uma chance de recomeço para negócios que, apesar das dificuldades, ainda possuem potencial para superar suas adversidades.

Esse processo permite que a empresa renegocie condições de pagamento com seus credores e, durante esse período, suspende ações judiciais e cobranças que poderiam agravar a crise.
Assim, é possível manter as operações, preservar empregos e continuar a gerar renda.

Quem pode solicitar a recuperação judicial?

A recuperação judicial não é acessível para todas as empresas. É destinada a empresários individuais e sociedades empresárias regularmente inscritas no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ) e com atuação mínima de dois anos.

Entretanto, há algumas restrições importantes. Empresas como instituições financeiras, cooperativas de crédito, sociedades de economia mista e empresas públicas não podem acessar esse benefício.

Além disso, para entrar com o pedido, é necessário que a empresa:

  • não tenha solicitado recuperação judicial nos últimos cinco anos;
  • não tenha sido condenada ou esteja envolvida em crimes falimentares;
  • esteja apta a demonstrar que ainda possui viabilidade econômica.

Recentemente, com as alterações trazidas pela Lei nº 14.112/2020, até mesmo produtores rurais, sejam pessoas físicas ou jurídicas, passaram a poder solicitar a recuperação judicial.

Quando solicitar a recuperação judicial?

O momento ideal para recorrer à recuperação judicial é antes que a situação financeira se torne insustentável.

Ou seja, quando a empresa ainda possui capacidade de gerar receita e tem condições de cumprir um plano de recuperação, mas enfrenta dificuldades severas para honrar suas dívidas.

É importante agir com planejamento, pois, se a situação econômica já estiver completamente inviável, o juiz pode negar o pedido e decretar a falência.
Indicativos comuns de que uma empresa pode precisar da recuperação judicial incluem:

  • dificuldade em pagar fornecedores, impostos ou outras obrigações financeiras;
  • risco iminente de ações judiciais ou execuções por parte de credores;
  • dívidas acumuladas que impedem o funcionamento saudável do negócio.
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Como funciona o processo de recuperação judicial?

O processo de recuperação judicial funciona da seguinte forma:

  1. Pedido ao Judiciário: a empresa formaliza o pedido de recuperação com documentos que comprovem a crise financeira. É necessário o apoio de um advogado;
  2. Análise e suspensão de cobranças: se o pedido for aceito, a empresa tem 180 dias (stay period) para suspender ações e execuções de credores;
  3. Nomeação do administrador judicial: o juiz designa um administrador para fiscalizar as atividades e assegurar os direitos dos credores;
  4. Elaboração do plano de recuperação: em até 60 dias, a empresa apresenta um plano detalhado com medidas de reestruturação e propostas de pagamento;
  5. Assembleia de credores: os credores avaliam e votam o plano. A aprovação depende da maioria considerando o valor total das dívidas;
  6. Execução do plano: o plano aprovado é implementado, e o cumprimento das condições estabelecidas é monitorado. O descumprimento pode levar à falência.

Benefícios da recuperação judicial

Recorrer à recuperação judicial pode ser a diferença entre a continuidade e o encerramento de uma empresa. Os principais benefícios incluem:

  • Suspensão de cobranças judiciais: oferece alívio financeiro durante o período de renegociação.
  • Continuidade das operações: a empresa pode manter suas atividades enquanto busca soluções para a crise.
  • Preservação de empregos: evita demissões em massa, contribuindo para a manutenção da função social da empresa.
  • Renegociação de dívidas: permite condições mais favoráveis, como prazos maiores, descontos ou parcelamentos.

Dicas para uma recuperação judicial bem-sucedida

  • Planejamento é essencial: quanto mais cedo a recuperação judicial for solicitada, maiores as chances de sucesso;
  • Transparência com credores: manter uma comunicação aberta e clara pode facilitar a aprovação do plano;
  • Assessoria especializada: contar com um escritório de advocacia experiente, como o Olivatto Bianconi, é fundamental para garantir um processo bem conduzido e dentro da legalidade.

Se a sua empresa enfrenta desafios financeiros, entre em contato conosco e saiba como a recuperação judicial pode ser o caminho para retomar a estabilidade e continuar no mercado.

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